Conjuração Carioca (1794)

A chamada Conjuração Carioca foi o nome pelo qual ficou conhecida a repressão a uma associação de intelectuais que se reuniam, no Rio de Janeiro, em torno de uma sociedade literária, no fim do século XVIII.
Fundada desde 1771, sob o nome de Academia Científica do Rio de Janeiro, a sociedade se reunia desde o governo de Luís de Vasconcelos e Sousa (1779-1790). Na academia se discutiam assuntos filosóficos e políticos, à semelhança do que estava em voga na Europa. Em suas últimas reuniões, a figura de destaque era Manuel Inácio da Silva Alvarenga, poeta e professor de Retórica, formado na Universidade de Coimbra.
Os acontecimentos envolvendo a Inconfidência Mineira (1789), além da evolução da Revolução Francesa, tornaram a discussão desses assuntos e a posse de determinados livros, comprometedora aos olhos das autoridades coloniais. Desse modo, o novo vice-rei, conde de Resende (1790-1801), resolveu em 1794 fechar a Sociedade e processar seus membros. À semelhança das conjurações anteriores, os seus participantes foram delatados em função de suas idéias Iluministas e suspeita de envolvimento com a Maçonaria, tendo suas atividades suspensas. Já que as reuniões prosseguiam reservadamente na residência de um dos implicados, novas denúncias conduziram à detenção pelas autoridades de um total de dez pessoas.
Um processo de devassa foi aberto e se estendeu de 1794 a 1795, sem que fossem encontradas provas conclusivas de que uma conspiração se encontrava em curso, além de livros de circulação proibida. Desse modo, os implicados detidos foram libertados.

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