O fim do tráfico de escravos

A partir da segunda metade do século XIX, cresceu no Brasil a luta para por fim a escravidão no país. Na campanha abolicionista advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e políticos engajam-se no movimento contra a escravidão no Brasil.

Um dos primeiros intelectuais a se destacar foi o poeta Castro Alves que, através de seus poemas, como o Navio Negreiro, denunciava a situação desumana dos escravos.

Em 1880, políticos importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criam, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, que estimula a formação de dezenas de agremiações semelhantes pelo Brasil. Da mesma forma, o jornal O Abolicionista, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini, servem de modelo a outras publicações antiescravistas.

“Por numerosas razões, por assim dizer, em cada pagina do presente volume, a emancipação dos escravos e dos ingênuos, e a necessidade de eliminar a escravidão da constituição do nosso povo, isto é, o Abolicionismo, devia ter precedido às demais reformas.”
(Prefácio de Joaquim Nabuco em O Abolicionismo, 1883.)

Os abolicionistas, advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e políticos engajam-se no movimento e arrecadam fundos para pagar cartas de alforria.

No Recife, os alunos da Faculdade de Direito mobilizam-se, sendo fundada uma associação abolicionista por alunos como Plínio de Lima, Castro Alves, Rui Barbosa, Aristides Spínola, Regueira Costa, dentre outros.

Em São Paulo destaca-se o trabalho do ex-escravo, um dos maiores heróis da causa abolicionista, o advogado Luís Gama, responsável diretamente pela libertação de mais de 1.000 cativos.
Em 1884, o Ceará decretou o fim da escravidão em seu território. A partir de 1887, os abolicionistas passam a atuar no campo, muitas vezes ajudando fugas em massa.

Sob pressão, o governo imperial tomou a iniciativa legal para iniciar o processo de fim da escravidão.

Em 28 de setembro de 1871, foi elaborada a Lei do Ventre Livre, promulgada pelo conservador visconde de Rio Branco, que dava liberdade aos negros nascidos dessa data em diante. Mas mantinha, porém, o direito dos senhores ao trabalho dessas crianças até a idade de 21 anos, período mais produtivo da vida de um escravo.

Em 28 de setembro de 1885, foi promulgada a Lei do Sexagenário, elaborada pelo liberal José Saraiva, que decretava a liberdade dos escravos com mais de sessenta anos, bem poucos na verdade, mediante indenização a seus proprietários.

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