Fernando Henrique Cardoso

Presidente da República desde 1995, Fernando Henrique Cardoso surgiu como um grande intelectual, entrou para a vida política com esse perfil e firmou-se como estadista, notável pela capacidade de articulação partidária. Doutorou-se em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo (USP) (1961) e, a convite do francês Alain de Touraine, fez estudos de pós-graduação na Universidade de Paris. Acusado de subversão, foi obrigado a sair do país com o golpe militar de 1964, exilando-se inicialmente no Chile e, depois, na França. Na capital chilena, onde permaneceu por três anos, aproximou-se de dirigentes de grandes organizações, como as Nações Unidas, e de personalidades, como Raul Alfonsín, Domingo Cavallo e Salvador Allende. Trabalhou na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e no Instituto Latino Americano de Planejamento Econômico e Social (Ilpes), onde também foi professor. Lecionou na Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso) e na Universidade do Chile. Em Paris, para onde se mudou em 1967, lecionou na Universidade de Paris-Nanterre. De volta ao Brasil, em 1968, conquistou a cátedra de política da USP, retomando à carreira acadêmica, e, um ano mais tarde, fundou o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Em 1969, publicou seu mais importante livro, Dependência e Desenvolvimento na América Latina (com Enzo Faletto); logo em seguida, Política e Desenvolvimento em Sociedades Dependentes: Ideologias do Empresariado Industrial Argentino e Brasileiro (1971). Em 1975, veio outra importante obra: Autoritarismo e Democratização. Antes de começar carreira política, lecionou nas universidades de Stanford (1972), Cambridge (1976-1977) e Paris (1977). Seu primeiro cargo foi como suplente de Franco Montoro para o Senado pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em 1978. Em 1980, participou da fundação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e, três anos mais tarde, assumiu o Senado quando Montoro foi eleito governador de São Paulo, reelegendo-se em 1986. Foi um dos fundadores do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), em 1988. De ministro das Relações Exteriores no governo Itamar Franco (1992-1993), passou a ministro da Fazenda (1993-1994) e lançou o Plano Real, que, sem congelamento de preços ou salários, busca a estabilização econômica. Aliando-se ao Partido da Frente Liberal (PFL), elegeu-se presidente. Candidato pela aliança PSDB/PFL/PTB/PPB, reelegeu-se em 1998, graças à emenda da reeleição aprovada em seu primeiro mandato. Entre suas medidas, destacam-se a quebra do monopólio do petróleo, das telecomunicações e o fim da estabilidade no emprego de servidores.

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