Anhangüera (filho)

Bartolomeu Bueno da Silva (filho), o segundo Anhangüera, nasceu em Parnaíba, São Paulo, em 1672 e faleceu em 19 de setembro de 1740 na vila de Goiás, em Goiás.

Em 1701, atraído pelos descobrimentos de ouro na região de Minas Gerais, o segundo Anhangüera estabeleceu-se em Sabará e, mais tarde, em São João do Pará e em Pitangui, onde foi nomeado assistente do distrito. Os conflitos entre emboabas e mineradores de São Paulo e os levantes ocorridos em Pitangui, encabeçados por seu genro Domingos Rodrigues do Prado, levaram-no a voltar para a capitania de São Paulo e a se fixar em Parnaíba.

Em 1720 dirigiu uma representação a Dom João 5º, pedindo licença para voltar às terras de Goiás, onde seu pai encontrara amostras de ouro. Em troca, solicitava do soberano o direito de cobrar taxas sobre as passagens de rios.

Em 1722, sob seu comando, a bandeira seguiu para Goiás, juntamente com numerosa parentela do sertanista, que, durante quase três anos explorou os sertões goianos em busca da lendária serra dos Martírios.

Em 1725 conseguiu encontrar ouro no rio Vermelho, próximo à antiga capital de Goiás. Voltou à região no ano seguinte, quando, na qualidade de capitão-mor regente das minas, fundou o arraial de Santana, elevado em 1739 à categoria de vila como Vila Boa de Goiás, atualmente cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho. Além do referido cargo, Dom João 5º concedeu-lhe sesmarias e a cobrança de direitos sobre a passagem de rios que conduziam às minas goianas.

No entanto, a pretexto de que o Anhangüera havia sonegado as rendas reais, o direito de passagem lhe foi retirado em 1733. Na medida em que se organizava a administração estatal de Goiás, a autoridade do sertanista ia sendo limitada pelos delegados régios. Ao falecer, em 1740, Bartolomeu Bueno da Silva estava pobre e reduzido a um exercício de mando quase decorativo.

Na antiga capital de Goiás ainda existe a cruz do Anhangüera, por ele levantada em 1722, e que perpetua a memória do início da colonização do território goiano.

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